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Trabalho remoto no Brasil: dados, disputas e tendências de 2025

Carmen Peel
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Cinco anos após a pandemia, o Brasil vive um novo capítulo no debate sobre o trabalho remoto. O improviso do passado deu lugar a disputas entre empresas e profissionais, mudanças em políticas de contratação e reestruturação de setores inteiros.

O resultado é um impasse. 65% dos trabalhadores considerariam mudar de emprego se forçados a retornar ao presencial, mas 80% das empresas desejam abandonar o home office.

Entre desejo e realidade, 2025 se desenha como um ano decisivo para o futuro do trabalho remoto no Brasil.

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Visões opostas sobre o home office

O ano de 2025 expôs uma divisão cada vez mais clara entre o que as empresas defendem e o que os trabalhadores desejam em relação ao modelo de trabalho.

De um lado, o movimento de retorno aos escritórios se consolidou. Do outro, a força de trabalho resiste em abrir mão da flexibilidade conquistada durante a pandemia. Os dados mostram que a disputa está longe de uma solução.

A voz do trabalhador: flexibilidade como critério básico

Para a maioria dos profissionais brasileiros, a possibilidade de trabalhar de forma híbrida ou remota deixou de ser um diferencial. Hoje, ela faz parte do salário emocional e define um bom emprego.

Segundo uma pesquisa da FIA em parceria com a FEA-USP, 94% dos trabalhadores acreditam que o trabalho remoto melhorou suas vidas. A satisfação se reflete nos resultados: 

  • 88% afirmam que a qualidade do trabalho é igual ou superior em casa
  • 91% relatam níveis de produtividade iguais ou melhores

Os principais benefícios citados incluem menos tempo perdido em deslocamento, maior autonomia e a chance de organizar a rotina profissional em equilíbrio com a vida pessoal.

Essa valorização da flexibilidade é tão forte que se tornou um fator decisivo para as carreiras. Um levantamento da Robert Half mostra que 65% dos profissionais buscariam outro emprego se fossem obrigados a voltar ao escritório em tempo integral.

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As empresas defendem o retorno ao escritório

Do lado corporativo, a narrativa é oposta. A discussão sobre formatos de trabalho parece ter perdido fôlego como prioridade. De acordo com o GPTW, em 2025 51% das empresas brasileiras já operam no regime totalmente presencial, contra 41% no modelo híbrido e apenas 9% no remoto.

O argumento central das lideranças é que inovação e colaboração espontânea dependem da presença física. Em uma pesquisa da KPMG, o motivo mais citado para o retorno ao escritório foi o fortalecimento da cultura organizacional (63%)

Ao mesmo tempo, as próprias empresas reconhecem custos e buscam válvulas de escape:

  • 49% admitem que o tempo de deslocamento pesa contra o retorno
  • 45% se preocupam com o impacto do presencial na atração e retenção de talentos
  • 28% já analisaram ou demonstram interesse em políticas para nômades digitais

Mesmo assim, 80% afirmaram planejar retornar ao presencial. Há, portanto, uma contradição latente: as organizações reconhecem os benefícios do trabalho remoto, mas tendem a priorizar a presença física.

Um exemplo é a preferência por limitar o home office a dois dias por semana, indicada por 61% das companhias brasileiras segundo a Korn Ferry. Entre aquelas que mudaram suas políticas no último ano, 86% reduziram os dias de home office disponíveis.

91% dos trabalhadores se sentem mais produtivos em casa, mas 42% das empresas questionam essa produtividade

Falta de flexibilidade custa talentos 

Se o movimento empresarial busca restringir a flexibilidade, os números sugerem que isso pode sair caro. 

O Workmonitor 2025 da Randstad mostra que a prioridade mudou: o equilíbrio entre vida pessoal e profissional (82%)superou a remuneração como principal motivador de carreira.

Esse valor já se reflete em decisões concretas:

  • A proporção de profissionais que se demitiram por falta de flexibilidade cresceu de 25% para 31% em um ano
  • O movimento é mais intenso entre Geração Z e Millennials (56%)
  • E especialmente forte no setor de TI (60%)

Essa nova mentalidade tem impacto direto no crescimento das companhias. De acordo com a Korn Ferry, 41% das empresas brasileiras já enfrentam dificuldades de atração de talentos por reduzirem o home office.

O poder de escolha sobre onde trabalhar passou a redefinir o que significa uma boa proposta de emprego. Ignorar esse movimento pode significar perder profissionais qualificados para concorrentes mais flexíveis.

41% das empresas sofrem para atrair talentos após reduzirem o home office

O cenário atual do trabalho remoto e híbrido no Brasil

Em 2025, o trabalho remoto no Brasil ocupa um espaço relevante, mas ainda distante do seu potencial. Segundo o IBGE, 9,5 milhões de pessoas trabalham em regime de teletrabalho, o equivalente a quase 10% da força de trabalho ocupada.

Apesar disso, o Ipea estima que 22,7% de todas as ocupações no Brasil poderiam ser exercidas de forma remota, o que abriria espaço para mais de 20 milhões de profissionais. 

Esse descompasso mostra que, embora o retorno presencial seja uma tendência, há um campo expressivo para expansão do trabalho a distância.

Oferta de vagas

O cenário da oferta de empregos no Brasil reforça esse contraste. Segundo a Gupy, 88%das vagas publicadas no ano passado eram para trabalho presencial. Vagas totalmente remotas, que haviam crescido até 2022, diminuíram e hoje estão apenas ligeiramente acima do nível pré-pandemia.

O modelo híbrido é a verdadeira novidade: cresceu cinco vezes em um ano, alcançando 11% das contratações em 2024 e superando a oferta de posições totalmente remotas.

Esse movimento sugere que a transformação do mercado não está na eliminação do escritório, mas na reconfiguração do trabalho presencial. O híbrido vem se consolidando como alternativa dominante, ocupando parte do espaço que antes pertencia quase exclusivamente ao regime 100% presencial.

23% dos trabalhos brasileiros poderiam ser remotos, mas 87% das vagas são presenciais

Onde estão as oportunidades remotas

As tendências de trabalho remoto não se distribuem de forma uniforme. Enquanto setores que dependem de presença física seguem restritos ao presencial, áreas digitais ou com forte disputa por talentos se tornaram líderes na oferta de vagas flexíveis.

Segundo a plataforma de vagas remotas Remotar, as profissões com mais oportunidades remotas em 2024 foram:

  • Tecnologia da Informação – O déficit estimado de 530 mil profissionais até 2029 e a natureza digital das funções fazem da flexibilidade uma estratégia competitiva. Desenvolvedores de software, especialistas em nuvem e cientistas de dados estão entre os cargos mais comuns em regime 100% remoto.
  • Marketing e Comunicação – A criatividade e a estratégia digital permitem forte adaptação ao remoto. Funções como gestão de mídias sociais, SEO, design e produção de conteúdo são amplamente encontradas em formato híbrido ou totalmente remoto.
  • Finanças e Contabilidade – Apesar de pressões por retorno presencial em alguns segmentos, o setor segue oferecendo oportunidades em modelos flexíveis, sobretudo em funções analíticas e de gestão (consultoria financeira, análise de dados, contabilidade).

Esses setores funcionam como laboratórios de modelos híbridos e remotos. Suas práticas tendem a influenciar outras áreas que buscam atrair e reter talentos em um mercado de trabalho cada vez mais competitivo.

Perspectivas do trabalho remoto para 2025 e além

O ano de 2025 marca uma virada decisiva para o trabalho remoto no Brasil. A fase experimental da pandemia ficou para trás; agora, empresas e profissionais negociam os termos de um novo equilíbrio.

Alguns pontos são claros:

  • O híbrido virou padrão, mas a disputa está em quem define as regras.
  • Profissionais exigem flexibilidade, e muitos não hesitam em trocar de emprego para obtê-la.
  • Empresas que restringem o remoto enfrentam dificuldades na atração e retenção de talentos.
  • Setores digitais seguem na vanguarda, enquanto áreas presenciais avançam com mais cautela.

Em outras palavras: a flexibilidade deixou de ser um benefício e se tornou um fator estratégico. As decisões tomadas agora vão moldar não só a competitividade das empresas, mas também as carreiras brasileiras na próxima década.

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Escrito por

Carmen Peel
Carmen Peel

Carmen é especialista em carreira e redatora de currículos profissionais. É linguista e possui experiência em escrita, tradução e revisão. Seu objetivo é facilitar a jornada de pessoas que buscam novas oportunidades em suas carreiras.

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